O número de vítimas pode aumentar; ao menos outras cinco pessoas ficaram feridas

'Caveirão' da Polícia foi usado em ação em comunidade – Foto: Reprodução/X

Porto Velho, RO -
Pelo menos uma pessoa morreu vítima de bala perdida durante uma operação policial na cidade do Rio de Janeiro nesta quinta-feira 24. O número de vítimas pode ser maior, já que há confirmação de que outras cinco pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave.

Na operação, agentes da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) estiveram no chamado “Complexo de Israel”, que reúne cinco favelas que estão sob o domínio de grupos criminosos, na Zona Norte da capital fluminense. A PM informou que os policiais foram recebidos a tiros e que por isso a operação foi suspensa.

O homem que teve a morte confirmada era passageiro de um ônibus que passava próximo ao local da operação. Por conta da troca de tiros, a Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade, ficou interditada por cerca de duas horas e só foi liberada por volta das 10h40.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram pessoas tentando se proteger entre os veículos e os canteiros da pista enquanto ouvem sons de tiros.

Os reflexos da interrupção no tráfego na Avenida Brasil foram sentidos, por exemplo, na rodovia Presidente Dutra (BR-116, que liga o Rio a São Paulo); na rodovia Washington Luís (BR-040, que vai a Belo Horizonte e Brasília) e na Ponte Rio-Niterói.

Segundo a prefeitura, 35 linhas de ônibus tiveram a circulação afetada. Foram suspensos os serviços do ramal Saracuruna dos trens de passageiros da Supervia (que atendem a região metropolitana da capital). Houve impactos em centros de saúde e escolas públicas, que ficaram fechadas por horas.
Paes critica

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), foi às redes sociais e fez críticas ao secretário de Segurança do estado do Rio, Victor Santos. Ele chamou o episódio de “loucura” e disse que “mostra o total descontrole de vocês na segurança”.

Recentemente reeleito, Paes disse que não critica as polícias militar e civil, e sim a gestão estadual. “Essas instituições têm seus problemas, mas quando o comando é adequado, quando elas têm clareza da autoridade, elas sabem cumprir com sua missão”, afirmou.

“Acabou a eleição, não tem mais disputa eleitoral, mas vamos cobrar ação efetiva de vocês”, afirmou o prefeito no vídeo direcionado ao secretário. “A cidade está entregue à criminalidade, sem que a gente veja uma política pública de segurança”, prosseguiu.

Foi o segundo dia consecutivo de cobranças do prefeito à secretaria de segurança. Na quarta-feira ele criticou a estratégia elaborada para receber os torcedores do clube uruguaio Peñarol que foram ao Rio para jogo com o Botafogo. Após confusão, mais de 280 pessoas foram detidas. Horas mais tarde o secretário assumiu que houve falhas no planejamento.


Fonte: Carta Capital