Com apenas um toque na bola em 12 minutos contra o Vasco, camisa 99 se apresenta longe de sua função mais efetiva


Gabigol vive sua pior temporada com a camisa do Flamengo — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Porto Velho, Rondônia -
No início de junho, Gabigol saiu do banco para selar a histórica goleada do Flamengo sobre o Vasco, por 6 a 1, e ofereceu à torcida alguma lembrança do ídolo de grandes jogos, desde que chegou em 2019. Porém, o atacante que foi nulo no empate por 1 a 1 com o mesmo rival, no último domingo, desenha o que parece ser seu melancólico fim de história no clube. Por enquanto, não há indícios de que o contrato válido até o final do ano será renovado.

Com apenas um toque na bola, um passe e um impedimento em 12 minutos no clássico, Gabriel dá cada vez mais sinais de que esmorece em campo. Para Tite, já aparece como quarta opção do elenco para o comando do ataque, atrás de Pedro (fora da temporada), Bruno Henrique (improvisado no meio) e Carlinhos.

Desde que o ex-Nova Iguaçu estreou com a camisa rubro-negra, em abril, ambos totalizam as mesmas participações em gols (dois gols e uma assistência), sendo que Gabigol atuou em 18 partidas, e Carlinhos, 14. Esta é a mesma quantidade que Bruno Henrique teve nos últimos sete jogos — na temporada: oito gols e duas assistências em 40 jogos.

— Carlinhos decisivo contra o Bolívar (Libertadores), contra o Atlético-MG, com gol, decisivo contra o Vitória (ambos no Brasileirão). Foi por essa opção. Agregado a isso: Bruno Henrique decisivo contra o Bahia (Copa do Brasil), gol, assistência para gol — justificou Tite. — Nós fizemos o gol (contra o Vasco) com Carlinhos em campo. E o desempenho do Carlinhos nos outros jogos... foi isso que me levou a decidir.

Sabidamente, o treinador opta por utilizar dois pontas e uma referência fixa no ataque. Por mais que Carlinhos ainda não apresente nível à altura do rubro-negro, sua maior presença na área e o que demonstra nos treinos têm sido fatores preponderantes para o camisa 99 seguir no banco.

Longe de identidade

Entre idas e vindas em quase um ano com Tite, Gabigol não se encontra em campo. No domingo, entrou em campo após Carlinhos e no lugar de Arrascaeta, para ser uma espécie de segundo atacante criativo, flutuando livremente. Curiosamente, foi dividindo esta função que firmou grande dupla com Bruno Henrique no primeiro ano do trio no clube.

Hoje, porém, é quem mais passa longe de boa fase, preso à ideia de ser referência no meio da área. As ausências forçadas de Everton Cebolinha (fora da temporada) e Luiz Araújo (dois meses, por lesão no joelho, sofrida no domingo) poderiam lhe dar a oportunidade para retornar aos trilhos, mas o atacante vem perdendo a identidade de seu futebol.

Aliás, Gabigol também vive a pior temporada disparada pelo Flamengo: quatro gols e uma assistência em 26 jogos. O último foi de pênalti, contra o Criciúma, em 20 de julho, há quase dois meses. A última participação foi o passe para o gol de Carlinhos contra o Vitória, no dia 24 do mesmo mês.

Sem ser substituto para Pedro, que era o nome e sobrenome da temporada rubro-negra, com 30 gols e oito assistências, Gabigol vê o tempo passar rápido para quem quer voltar a ser protagonista no clube que ajudou a conquistar tantas glórias recentes.


Fonte: O GLOBO