Indígenas guarani kaiowá sofrem ameaças de produtores rurais em Panambi-Lagoa Rica — Foto: Fernanda Sabô / Divulgação
Porto Velho, Rondônia - Uma missão de Direitos Humanos, acompanhada pelo Arcebispo de Manaus e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Leonardo Steiner, percorre as terras retomadas pelos Avá-Guarani e Guarani Kaiowá, que estão sendo palco de conflitos entre indígenas e ruralistas desde o início de julho. O objetivo da missão, que acontece entre esta quarta e a próxima sexta-feira, é prestar solidariedade aos guaranis, localizados no oeste do Paraná e no Mato Grosso do Sul.
A força-tarefa é formada por organizações indigenistas e de direitos humanos, movimentos sociais e personalidades públicas, em face da emergência humanitária vivida pelos povos guaranis no sul e centro-oeste do país. Trata-se de áreas localizadas em territórios reconhecidos como tradicionais pelo Estado.
Nesta quarta-feira, a missão vai visitar duas retomadas Avá-Guarani que são alvos de violência, entre os municípios de Terra Roxa e Guaíra, no oeste do Paraná. De lá, a missão segue para Dourados, no cone sul do Mato Grosso do Sul, onde as autoridades vão percorrer as sete retomadas Guarani e Kaiowá da Terra Indígena Panambi Lagoa Rica.
Por razões de segurança, na medida em que envolve a presença de autoridades públicas e ambientes hostis, a missão contará com a escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Também estão na missão a Comissão Arns, o Cimi, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), Aty Guasu (Grande Assembleia Guarani e Kaiowá), Campanha Contra a Violência no Campo e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), além de grupos locais de apoio aos povos Avá-Guarani e Guarani e Kaiowá e pastorais sociais.
Dentre as autoridades públicas, participam da missão representantes dos ministérios dos Povos Indígenas e Direitos Humanos (MDH), entre outros organismos de governo, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e Defensoria Pública da União (DPU).
Áreas sob ataque
Há décadas a vida e a rotina dos Avá-Guarani e Guarani e Kaiowá, grupos que formam o chamado "Povo Guarani, Grande Povo", são pautadas a partir da violência estabelecida por conflitos fundiários, agravados pela falta de demarcação das terras indígenas.
No dia 13 de julho, segundo o Ministério Público Federal, um indígena foi alvo de tiros em Douradina. De acordo com representantes dos povos locais, uma onda de violência se intensificou depois do ocorrido. No dia 17 do mesmo mês, tropas da Força Nacional foram enviadas ao local para apoiar ações da Polícia Federal e órgãos de segurança pública do Mato Grosso do Sul.
Ataques já duram mais de 10 dias — Foto: Divulgação / Fernanda Sabô
Desde então, as comunidades guaranis, localizadas em áreas que já estão em alguma fase do processo de identificação e delimitação, passaram a sofrer ataques intermitentes orquestrados por fazendeiros e arrendatários.
Da guerra química às táticas incendiárias, são cerca de duas dezenas de Guarani feridos em, ao menos, 10 ataques de grande porte nos dois estados. Indígenas feridos a tiros, incêndios criminosos, sequestros, agressões físicas, racismo nas cidades do entorno e uso de agrotóxicos em ataques dissimulados.
Mulheres são ameaçadas de estupro, crianças e adolescentes não podem ir à escola sob pena de represálias, doentes sofrem racismo e desassistências variadas em hospitais.
Fonte: O GLOBO
Porto Velho, Rondônia - Uma missão de Direitos Humanos, acompanhada pelo Arcebispo de Manaus e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Leonardo Steiner, percorre as terras retomadas pelos Avá-Guarani e Guarani Kaiowá, que estão sendo palco de conflitos entre indígenas e ruralistas desde o início de julho. O objetivo da missão, que acontece entre esta quarta e a próxima sexta-feira, é prestar solidariedade aos guaranis, localizados no oeste do Paraná e no Mato Grosso do Sul.
A força-tarefa é formada por organizações indigenistas e de direitos humanos, movimentos sociais e personalidades públicas, em face da emergência humanitária vivida pelos povos guaranis no sul e centro-oeste do país. Trata-se de áreas localizadas em territórios reconhecidos como tradicionais pelo Estado.
Nesta quarta-feira, a missão vai visitar duas retomadas Avá-Guarani que são alvos de violência, entre os municípios de Terra Roxa e Guaíra, no oeste do Paraná. De lá, a missão segue para Dourados, no cone sul do Mato Grosso do Sul, onde as autoridades vão percorrer as sete retomadas Guarani e Kaiowá da Terra Indígena Panambi Lagoa Rica.
Por razões de segurança, na medida em que envolve a presença de autoridades públicas e ambientes hostis, a missão contará com a escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Também estão na missão a Comissão Arns, o Cimi, o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST), Aty Guasu (Grande Assembleia Guarani e Kaiowá), Campanha Contra a Violência no Campo e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), além de grupos locais de apoio aos povos Avá-Guarani e Guarani e Kaiowá e pastorais sociais.
Dentre as autoridades públicas, participam da missão representantes dos ministérios dos Povos Indígenas e Direitos Humanos (MDH), entre outros organismos de governo, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e Defensoria Pública da União (DPU).
Áreas sob ataque
Há décadas a vida e a rotina dos Avá-Guarani e Guarani e Kaiowá, grupos que formam o chamado "Povo Guarani, Grande Povo", são pautadas a partir da violência estabelecida por conflitos fundiários, agravados pela falta de demarcação das terras indígenas.
No dia 13 de julho, segundo o Ministério Público Federal, um indígena foi alvo de tiros em Douradina. De acordo com representantes dos povos locais, uma onda de violência se intensificou depois do ocorrido. No dia 17 do mesmo mês, tropas da Força Nacional foram enviadas ao local para apoiar ações da Polícia Federal e órgãos de segurança pública do Mato Grosso do Sul.
Ataques já duram mais de 10 dias — Foto: Divulgação / Fernanda Sabô
Desde então, as comunidades guaranis, localizadas em áreas que já estão em alguma fase do processo de identificação e delimitação, passaram a sofrer ataques intermitentes orquestrados por fazendeiros e arrendatários.
Da guerra química às táticas incendiárias, são cerca de duas dezenas de Guarani feridos em, ao menos, 10 ataques de grande porte nos dois estados. Indígenas feridos a tiros, incêndios criminosos, sequestros, agressões físicas, racismo nas cidades do entorno e uso de agrotóxicos em ataques dissimulados.
Mulheres são ameaçadas de estupro, crianças e adolescentes não podem ir à escola sob pena de represálias, doentes sofrem racismo e desassistências variadas em hospitais.
Fonte: O GLOBO
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