Porto Velho, RO - O Centro Cultural e de Documentação Histórica (CCDH) do Judiciário de Rondônia, vinculado a Escola da Magistratura do Estado (Emeron) apresenta em simultâneo à ll Semana da Memória do Poder Judiciário Rondoniense, que vai até a próxima sexta-feira, 5, a exposição fotográfica “A historia pela lente” em homenagem ao fotógrafo Rosinaldo Machado.

Filho do meio de 11 irmãos, todos com a letra R, Rosinaldo Machado, nasceu na cidade de Santarém no Pará, mas foi criado na cidade do Rio de Janeiro com sua família, na Vila Isabel, onde aos 14 anos observava um fotógrafo alemão no bairro e queria aprender a fotografar.

“De tanto eu ir lá e “encher” a paciência dele, ele me convidou para aprender a fotografar e naquela época o photoshop era feito no negativo, de forma manual, com o lápis e foi quando eu também aprendi o laboratório fotográfico”.

Ele conta ainda que com 15 anos entrou como office boy na bloch editores, extinta Revista Manchete, e saiu como assistente de redação. Depois, saiu junto a alguns colegas para trabalhar na TV Globo, começando a fotografar. Trabalhou na Zoom Comunicações como still de filmes na década de 70, filmes estes renomados da indústria cinematográfica como: Vai Trabalhar Vagabundo, Se Segura, Malandro!, Joanna Francesa e A Queda.

Com a mudança de sua família para Manaus e com uma bagagem curricular de grandes empresas na época, Machado começou a trabalhar em duas agências: Oana Publicidade e Saga Publicidade e no jornal A crítica, todos como fotógrafo. Naquele período o prefeito de Manaus era o Coronel Jorge Teixeira e a prefeitura promoveu um concurso de fotografia, onde Machado se escreveu e ganhou o concurso.

“Eu não sei porque, mas eu ganhei com uma imagem que eu dei o nome de “Contemplação” que era uma criança na praia da ponta negra olhando para cima no contra-luz, com um impacto muito grande em preto e branco. Após isso, Jorge Teixeira me conheceu e me chamou para trabalhar com ele como fotógrafo”, contou.



Com a vinda de Jorge Teixeira para Rondônia, já com a intenção de transformar o território em Estado, ele trouxe alguns de seus funcionários para a capital rondoniense.

“Quando chegamos aqui vimos as migrações, várias pessoas morrendo por conta da malária e estradas precárias. No verão chamava-se de capoeira por conta da poeira e no inverno calama, porque era só lama”, e concluiu falando que esteve presente na construção da BR 364, que na sua opinião pessoal, foi a maior obra do governo Teixeira e é uma de suas fotografias marcantes, junto com outras do catálogo da extinta Telecomunicações de Rondônia (Teleron).

“Eu ganhei como a capa telefônica mais bonita do Brasil no começo da década de 80, um garimpeiro no pôr do sol e a primeira foto de um cartão de orelhão no Estado foi minha, de búfalos no Vale do Guaporé”, conclui dizendo que se aposentou do governo em 2010, onde hoje faz freelance.



Para as pessoas que estão aprendendo a fotografar, Rosinaldo Machado deixa sua mensagem e agradece a homenagem, onde pôde conhecer os 7 primeiros desembargadores do PJRO e registrar diversos momentos da instalação deste Poder.

“Hoje a fotografia está passando por uma situação que com o advento do celular, a imagem perdeu muito no sentido de que a qualquer momento você pode publicar uma imagem de imediato, somos muito imediatistas. Hoje, continuo dizendo que a máquina fotográfica ainda é insubstituível para fazer uma imagem”.

Machado defende que ainda existe muito glamour em fotografar. “Digo mais, eu sou radicalmente contra você ter uma imagem histórica em preto e branco e você colorizar a foto, eu sou contra, eu ainda gosto muito de fotografia em preto e branco”, finalizou.

Venha conhecer de perto as fotografias de alguns desses e outros momentos históricos da carreira do fotógrafo por toda Rondônia, desde a época do território, que possui mais de 135 mil fotos de sua autoria no acervo do CCDH.

O evento é gratuito e aberto para toda a comunidade em geral. A Semana da Memória acontece até sexta-feira, das 15h às 18h, mas a exposição segue até 2 de agosto. O CCDH fica na Av. Rogério Weber, 2396, Caiari, em frente à Praça das Três Caixas d’água.

Fonte: TJ/RO