Vilhena, Rondônia - Pelo menos 24 universidades sinalizaram um fim para a greve dos professores, que já passa de 60 dias. Dessas, doze já voltaram ou marcaram uma data para a volta às aulas. Além disso, outras instituições ainda vão deliberar nesta sexta-feira ou não anunciaram o resultados de suas assembleias.
Todas essas instituições são filiadas à Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes-SN), federação que resiste à assinatura do acordo com o governo. No último dia 12, havia 57 universidades associadas à Andes em greve.
Dessas decisões, vinte foram tomadas nos últimos três dias, quando os sindicatos ainda em greve deliberaram sobre a última proposta do governo enviada oficialmente aos professores na terça-feira. A partir desta sexta-feira, a instância nacional do Andes vai terminar de receber as manifestações e tomar uma decisão sobre os rumos da greve entre domingo e segunda-feira.
Veja a decisão tomada pelos sindicatos locais:
Retorno definido
- Unifesp - Definiu o fim da greve, assinatura do acordo com o governo e retomada das atividades acadêmicas a partir da próxima segunda-feira
- UFPR - Definiu o fim da greve, assinatura do acordo com o governo e retomada das atividades acadêmicas a partir da próxima segunda-feira
- UnB - Definiu o fim da greve, assinatura do acordo com o governo e retomada das atividades acadêmicas a partir da próxima quarta-feira
- UFBA - Definiu o fim da greve, assinatura do acordo com o governo e retomada das atividades acadêmicas a partir da próxima quarta-feira
- UFABC - Definiu o fim da greve, sem assinatura do acordo com o governo, e retomada das atividades acadêmicas a partir da próxima segunda-feira
- UTFPR - Definiu o fim da greve, assinatura do acordo com o governo, mas ainda sem data para a retomada das atividades acadêmicas
- UFRPE - Definiu o fim da greve, assinatura do acordo com o governo e o retorno das atividades acadêmicas em 1º de julho
- UFRB - Definiu o fim da greve, assinatura do acordo com o governo e retomada das atividades acadêmicas a partir da próxima quarta-feira
- UFFS - Definiu o fim da greve, assinatura do acordo com o governo e retomada das atividades acadêmicas a partir da próxima segunda-feira
- UFVJM - Definiu o fim da greve, assinatura do acordo com o governo e retorno das atividades acadêmicas na última quinta-feira
Volta unificada
- UFRRJ - Definiu pela assinatura do acordo e o fim da greve em conjunto com as outras instituições que aderiram à manifestação. Propõe volta das atividades entre os dias 24 de junho e 03 de julho
- UFPB - Definiu pela assinatura do acordo e o fim da greve em conjunto com as outras instituições que aderiram à manifestação
- UFMS - Definiu pela assinatura do acordo e o fim da greve em conjunto com as outras instituições que aderiram à manifestação
- UFF - Definiu pela assinatura do acordo e o fim da greve em conjunto com as outras instituições que aderiram à manifestação
- UFSJ - Definiu pela assinatura do acordo e o fim da greve em conjunto com as outras instituições que aderiram à manifestação
- UFRR - Definiu pela assinatura do acordo e o fim da greve em conjunto com as outras instituições que aderiram à manifestação
- UFCG - Definiu pela assinatura do acordo e o fim da greve em conjunto com as outras instituições que aderiram à manifestação
- UFOP - Definiu pela assinatura do acordo e o fim da greve em conjunto com as outras instituições que aderiram à manifestação
- CEFET/RJ - Definiu pela construção de saída coletiva da greve condicionada ao cumprimento dos termos preestabelecidos nas mesas de negociação com MGI e MEC
- UFAPE - Definiu o fim da greve, sem assinatura do acordo com o governo, com a volta às atividades em conjunto com as outras instituições que aderiram à manifestação
Apesar de ainda não haver uma decisão nacional, a expectativa nas universidades é de que a greve se encaminhe para o fim na próxima semana. Essa é uma reviravolta do que se previa no começo da semana. Naquele momento, integrantes do Andes entendiam que a reunião com o Ministério de Gestão e Inovação no Serviço Público (MGI) tinha gerado avanços, mas ainda insuficientes.
A categoria representada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) pede reajuste de 3,69% em agosto de 2024, correspondendo ao índice acumulado do IPCA ao longo de 12 meses até abril de 2024, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio 2026.
O governo, no entanto, entende que a negociação salarial já foi encerrada com a assinatura de um acordo com o Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) no final de maio e que as conversas estão abertas apenas para pautas não-salariais.
Na última sexta-feira, propôs a revogação de decisões tomadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo acenou com a revogação da portaria 983, que estabeleceu um aumento da carga horária mínima a ser cumprido pelos docentes em sala de aula e, ainda, instituiu obrigatoriamente o controle de frequência por meio do ponto eletrônico. Também ofereceu o fim da instrução normativa 66, que limita promoções e progressões de docentes, segundo os grevistas.
Greve dos técnicos
Ao mesmo tempo, a categoria dos técnicos administrativos das universidades também debatem o fim da greve. Os acenos do governo na última reunião com a categoria foram bem recebidos pela categoria.
Na última terça-feira, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) apresentou algumas propostas que agradaram os servidores, como a possibilidade da progressão na carreira por Reconhecimento de Saberes e Competências.
De acordo com lideranças da categoria, a greve acaba se o Ministério da Educação (MEC) topar a diminuição da carga horária de 40 horas semanais para 30 horas e a possibilidade de que os técnicos possam concorrer aos cargos da reitoria nas instituições de ensino. As duas condições já foram apresentadas nas negociações e não tiveram oposição do MGI.
Caso a proposta seja de fato aceita, a categoria não terá aumento neste ano, o que era uma reivindicação. Os reajustes seriam de 9% em 2025 e 5% em 2026. No entanto, os servidores avaliam que conseguiram avanços na restruturação da carreira com a diminuição do tempo que um servidor leva para chegar ao topo da carreira.
Fonte: O GLOBO
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