Líder do Brasileirão, alvinegro tem o melhor ataque e a quinta melhor defesa; para analistas, equipe treinada por Artur Jorge é mais equilibrada e tem maior variedade tática em comparação à de Luís Castro

Porto Velho, RO -
Uma equipe com boas armas ofensivas, segura defensivamente e que tem enfileirado vitórias no Campeonato Brasileiro sob o comando de um treinador português. Essa pode ser a definição do Botafogo de 2023, que conquistou 21 dos primeiros 27 pontos com Luís Castro, ou do de 2024, com 19 pontos somados no mesmo período, com Artur Jorge. Apesar do aproveitamento ligeiramente inferior ao do antecessor, o time que lidera a atual edição é visto por torcedores e especialistas como melhor e mais confiável que o da última temporada.

Com o melhor ataque do Campeonato Brasileiro e a quinta melhor defesa, o Botafogo de Artur Jorge teve o elenco reformulado, mas conta com alguns dos nomes que se destacaram no primeiro turno do ano passado, como Tiquinho Soares, Júnior Santos e Marlon Freitas. Internamente, o grupo deste ano é considerado mais encorpado, já que o de 2023, montado com o objetivo prévio de conquistar uma vaga na Libertadores, tinha lacunas que foram supridas.

O desempenho do Botafogo nas nove primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro — Foto: Editoria de Artes

— Na zaga, o Adryelson participava pouco da saída de bola, e o Cuesta era mais um lançador. Agora, com Bastos e Halter, o time tem uma saída mais fluida. Nas laterais também houve uma melhora. Damian Suárez ajuda bastante, e o Cuiabano é o lateral-esquerdo ofensivo que o Botafogo sempre quis — explica Matheus Ferreira, dono do perfil Fogostats, que faz análises táticas do alvinegro.

Se debaixo das traves o goleiro John e o antecessor Lucas Perri se assemelham no jogo com os pés, o fato de a dupla de zaga e os laterais terem maior qualidade na construção faz com que o Botafogo atual consiga criar mais desde trás. Não à toa, tem maior média de posse de bola (50% contra 43%), o que faz com que a equipe consiga controlar mais as partidas e sofra menos. Em 2023, Perri se destacou com defesas difíceis em jogos onde o time venceu sendo muito atacado. Apesar de o Botafogo ter levado um gol a mais do que no ano passado no período, o número de finalizações contra a própria baliza diminuiu: 28 este ano contra 44 em 2023.

Potência ofensiva

Embora o sistema defensivo tenha melhorado, é do meio para a frente que está a maior potência do Botafogo de Artur Jorge. Com meias versáteis e atacantes de características variadas, o time atual é capaz de diversificar as formas de atacar, ao contrário do de 2023, que enfrentou dificuldade quando teve que fugir da verticalidade que o consagrou.

— É um time vertical, mas não de contra-ataque. É diferente. Acho que tem mais conteúdo, maior qualidade técnica, então é mais eficaz e letal — analisa Renato Rodrigues, comentarista da ESPN.


Fonte: O GLOBO